Governo não espera pelo PR




 Professores: Governo não espera por Marcelo e fixa só 2041 vagas para os quadros | Educação | PÚBLICO (publico.pt)

O Governo decidiu não esperar pelo Presidente da República e abriu nesta quarta-feira o procedimento para os concursos de colocação de professores à “moda antiga”, ou seja, sem nenhuma das previsões do diploma que continua à espera da promulgação ou do veto de Marcelo Rebelo de Sousa.
Sendo este um diploma sem existência legal por agora, o Governo avançou para a fixação, em portaria, das vagas existentes para o concurso externo, que nos últimos anos se tem destinado à vinculação dos professores contratados que cumprem os requisitos da chamada “norma-travão”. Pela portaria publicada em Diário da República, estão abertos 2401 lugares, contra os cerca de 10.700 que o Ministério da Educação inscrevera no novo diploma dos concursos por ter aberto a porta a novos critérios para entrar nos quadros que não estão previstos nas normas que definiu para a norma-travão.
A norma-travão foi criada em 2014 pelo ex-ministro Nuno Crato para responder a uma directiva europeia que impede o recurso abusivo a contratos a prazo. Já teve várias regras que no conjunto levaram à vinculação de mais de 18 mil professores a contrato. A média de idades destes professores é superior a 46 anos e já contam com perto de 17 anos de aulas.
O novo diploma dos concursos de professores, que oficialmente se chama “regime de gestão e recrutamento de docentes”, começou a ser negociado em Setembro de 2022, ainda sob a forma de ideia em PowerPoint. As negociações terminaram a 6 de Marco sem acordo dos sindicatos de professores, cuja principal “linha vermelha” foi traçada com a prevista entrada em funções dos denominados conselhos locais de directores, a quem competirá a distribuição local de docentes.
Apesar das objecções, o diploma foi aprovado a 16 de Março e enviado para Belém a 3 de Abril, numa data em que já tinha ultrapassado o calendário habitual dos últimos anos para a abertura dos concursos, o qual tem oscilado entre os inícios e o final de Março. Legalmente, o Presidente da República tem 40 dias para decidir se promulga ou veta um diploma do Governo. Neste caso, a Presidência foi inundada de apelos de professores, e dos sindicatos, à não promulgação do diploma.
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, a este respeito, que pediu esclarecimentos ao Governo sobre as objecções levantadas pelos docentes. Dúvidas que, segundo o ministro da Educação, ainda não teriam tido esclarecimentos oficiais à data de 19 de Abril.
André Rodrigues
André Rodrigues

Estudante de Humanidades do Ensino Secundário. Entusiasta pela área da Educação. Futuro Docente de História do 3.º Ciclo ao Secundário. Esteve em luta com os PE nas greves de 2022/23, tendo dado declarações para a CNN Portugal em Direto.

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